O que todos devem saber sobre câmeras

O artigo a seguir foi publicado originalmente no GizModo Brasil (site especializado em  tecnologia). Ele é muito interessante no sentido de explicar pequenos detalhes que fazem  muita diferença no funcionamento de um equipamento.




Conversar com um nerd em câmeras – ou mesmo ler sobre novas câmeras – pode parecer como  tentar entender um idioma totalmente diferente. Mas não precisa ser assim! Aqui, neste  exato post, está tudo de que você precisa saber sobre câmeras, mas sem o ruído.

Quando você compra uma câmera, você é apedrejado com especificações de um vendedor, muitas  das quais são confusas, ou mesmo enganosas. Você então sente vontade de se agachar e cobrir  a sua cabeça para protegê-la. Ele vai continuar metralhando você com dados e mais dados. E,  pra sermos sinceros, ele precisa fazer isso – tabelas de especificações e jargões são parte  integrante do marketing de câmeras, pelo menos por ora. Eis o que tudo aquilo significa, em  uma única relação prontinha pra você.


Tipos de câmeras
Antes de você sair para comprar uma nova câmera, ou mesmo apenas para conhecer a sua um  pouco melhor, você precisa saber a diferença entre os tipos distintos de câmeras. Eis os  mais frequentes pelos quais você cruzará:
Point-and-shoot: também conhecidas por câmeras compactas. Se você não sabe qual tipo de  câmera você está procurando, ou qual o tipo que você possui, provavelmente é uma destas.  Elas são do menor estilo de câmera que existe, geralmente – pelo menos nos últimos anos –  tendendo para um formato de caixote em sua maior parte sem grandes recursos. A lente não é  removível. A unidade de flash é embutida. Elas têm telas LCD na parte traseira, não apenas  para ver as fotos tiradas, mas para usar como visor também. Quando você aperta o botão do  obturador de uma point-and-shoot, existe um ligeiro retardo antes da foto ser de fato  registrada. Muitas novas câmeras point-and-shoot gravam vídeo e algumas até conseguem  gravar em HD.


Câmeras bridge/superzoom: estas câmeras geralmente se parecem com DSLRs, mas não se engane!  Elas são apenas point-and-shoots bombadas. Elas muitas vezes virão com lentes mais  alongadas e especificações ligeiramente mais impressionantes que a sua point-and-shoot  média, além de dar a você uma flexibilidade fotográfica um pouco maior pra brincar.  Infelizmente, elas sofrem do mesmo retardo na hora de tirar fotos, ou “lag de obturador”,  que as point-and-shoots. O problema das câmeras ‘bridge’ (de transição), especialmente  agora, é que para você conseguir uma boa você precisa gastar pelo menos algumas centenas de  dólares, e com isso você já consegue uma….


DSLR: esta sigla desajeitada significa ‘Digital Single-Lens Reflex’, ou Câmera Digital de  Reflexo por Lente Única. Pra encurtar, isto significa que a câmera possui um mecanismo de  espelho que permite que os fotógrafos vejam por meio das lentes da câmera enquanto ajusta a  foto, e que ela se abre, expondo o sensor da imagem (o equivalente ao filme em uma câmera  digital). Num sentido mais amplo, isto significa que a câmera terá lentes intercambiáveis,  um sensor maior que uma point-and-shoot e, até certo ponto, mais controles de imagem.  Quando você aperta o botão do obturador em uma DSLR, ela tira a foto instantaneamente –  nenhum lag, como nas point-and-shoot. Muitas DSLRs novas de preço médio a alto gravam vídeo  em HD, algumas conseguem 720p, algumas conseguem até 1080p, mas todas dão resultados  bastante impressionantes, boa parte em função das lentes das câmeras. Dito isso, elas não  estão exatamente prontas ainda para substituir câmeras filmadoras específicas porque, entre  outros fatores, nenhuma DSLR até hoje consegue acertar direito este lance de foco  automático durante gravação de vídeo.

Estas são as câmeras que os fotógrafos, ou pessoas que se chamam de fotógrafos, mais usam.  Elas também são as capazes de tirar as melhores fotos.

Como via de regra, as DSLRs são mais caras que as point-and-shoots. Mas elas têm ficado  mais baratas a cada dia que passa. Muito, muito mais baratas. Olympus, Nikon, Pentax e Sony  todas têm DSLRs que podem ser compradas por menos de 500 dólares – e estas são câmeras de  verdade – que acabam deixando toda a categoria de câmeras ‘bridge’ um tanto quanto inúteis.



Micro Four Thirds/Telêmetro Digital: as câmeras Micro Four Thirds são câmeras de lentes  intercambiáveis com a remoção do visor que enxerga diretamente através das lentes que  define uma DSLR. Em outras palavras, elas têm sensores grandes como as DSLRs, têm lentes  intercambiáveis como as DSLRs, mas usam uma tela LCD de visor como uma point-and-shoot.  Isto economiza espaço dentro da câmera, o que significa que – pelo menos esta é a teoria –  ela pode ser mais portátil que uma DSLR equivalente ao mesmo tempo em que mantém a mesma  versatilidade e qualidade de imagem. A maior parte delas grava vídeo também, e são bem  boazinhas nisso: elas não têm o sistema complexo de visor/espelho de uma DSLR, então  tecnicamenteé mais simples gravar vídeo. Algumas destas câmeras têm o estilo de uma DSLR,  como a Panasonic Lumix DMC-G1, enquanto outras são mais semelhantes a câmeras portáteis,  como a Olympus EP-1.

Por enquanto, esta é uma categoria pequena, os preços ainda estão nas alturas, começando a  partir de 750 dólares. A Panasonic e a Olympus são basicamente as únicas que existem no  momento.



O sensor é a parte da câmera que de fato registra a imagem. Em outras palavras, ele é a sua  câmera.

Megapixels e resolução de imagem: megapixels têm sido o foco do marketing de câmeras  digitais desde o princípio (parece um termo tão anos 90, não é?). Um megapixel, em resumo,  é um milhão de pixels. Se uma imagem (ou sensor) de um megapixels for perfeitamente  quadrada, ela teria 1000×1000 pixels. Elas geralmente são retangulares, com proporções 4:3  ou 3:2, o que significa que suas resoluções ficam mais ou menos assim: 2048×1536 pixels  para uma câmera de 3 megapixels; 3264×2448 pixels para uma câmera de 8 megapixels, e por aí  vai.

Conforme as câmeras digitais amadurecem, este número tende a significar cada vez menos – é  fácil atolar uma câmera de megapixels, mas sem boa óptica e sensibilidade à luz, isto não  significa que ela produzirá imagens limpas e de alta qualidade com resolução tão alta. O  meu celular tira foto com 5 megapixels, mas as imagens parecem screenshots de alguma  espécie tosca de programa de caça a fantasmas. A minha DSLR já tira a 10,1 megapixels, mas  produz imagens com mais do dobro de nitidez e clareza que o meu telefone. A minha point- and-shoot tem taxa nominal de 12,1 megapixels, mas se olharmos com atenção, as suas imagens  são efetivamente mais borradas que as da DSLR.

Se você estiver planejando fazer impressões enormes, ou se você precisa cortar bastante as  suas imagens, um alto valor de megapixels é necessário, mas além de certo limite os  retornos são mínimos. Você lerá muitas instruções dos fabricantes de câmeras sobre quantos  megapixels você precisará para imprimir fotos de diferentes tamanhos, mas você pode ignorar  tudo isso porque estes valores parecem mudar a cada geração de câmeras. A menos que você  esteja imprimindo outdoors, ou em revistas e publicações do gênero, não se esquente muito  com isso.

Além de indicar quantos pontos uma câmera é capaz de capturar, megapixels podem ser um  indicador bastante útil de quão antigas podem ser as entranhas de uma câmera. O valor de  megapixels tem aumentado de maneira relativamente constante ao longo dos anos, então dentro  de uma linha de câmeras de um determinado fabricante, mais megapixels pode vir a significar  sensores mais novos, o que pode, junto com alta resolução, tirar fotos mais ricas e com  menos ruído.

ISO: isto indica quão rapidamente o sensor da sua câmera coleta luz – quanto maior o ISSO,  mais sensível é a sua câmera à luminosidade e de menos luz você precisa parar tirar uma  foto. E apesar de alta capacidade de ISO ser bastante útil em baixa iluminação, este índice  é também útil quando você está tirando exposições extremamente velozes durante o dia, como  durante uma partida esportiva. No entanto, com ISOs mais altos, mais se tem ruído – algumas  câmeras point-and-shoot anunciam ter ISOs extremamente altos, na casa dos 6400. Tomadas com  esta sensibilidade invariavelmente ficarão ruins [sic]. DSLRs, que possuem sensores maiores  e são melhores na captação de luz, podem às vezes tirar fotos com ISO 6400 e até maior sem  muito ruído.

Talvez ajude pensar da seguinte maneira: índices de ISO são na verdade uma alusão aos  tempos de filme fotográfico. Você costumava ter que antecipar como você tiraria a sua foto  e comprava o filme baseado na sensibilidade dele, indicado pelo “número de ASAs” (que nada  tinha a ver com asas, mas como era a velocidade do filme, todo mundo achava que sim). Estes  valores acabaram sendo transportados para as câmeras digitais, apesar do filme ter sido  substituído por sensores.

De todo modo, não compre uma câmera somente por causa do seu índice ISO, porque existe uma  boa chance de suas duas ou três maiores configurações serem completamente inúteis.



CCD e CMOS: do nosso Giz Explica anterior sobre o assunto:

Existem dois grandes tipos de sensores de imagem para câmeras digitais e filmadoras: CCD  (dispositivo de carga acoplada) e CMOS (semicondutor metal-óxido complementar, às vezes  também conhecido como sensor de pixel). Nós não vamos entrar muito a fundo nas diferenças  mais geek porque você realmente não precisa saber ou mesmo se importar com isso. O que você  deve saber é que as SLRs de nível mais alto (as câmeras grandes com lentes removíveis) usam  CMOS porque é mais fácil fazer sensores CMOS maiores; o os telefones móveis o fazem porque  o CMOS usa menos energia. Dito isso, a maioria das câmeras point-and-shoot e a maioria das  filmadoras usam o sensor CCD, que é mais comum.

As coisas estão um tanto diferentes agora e os CCDs são comuns nas DSLRs atualmente. A  diferença para os consumidores é mínima – não se assuste de ver qualquer um deles nas  especificações da sua câmera. ATUALIZAÇÃO: como disseram alguns leitores do post original,  esta afirmação não está inteiramente correta: as DSLRs ainda contam mais com sensores CMOS,  inclusive a maioria das câmeras mais potentes e recentes. De todo modo, ainda é mais um  fato curioso do que um argumento de compra mesmo, pelo menos para a maior parte das  pessoas.

Equilíbrio de branco: você já viu imagens em ambientes fechados que são total e  inexplicavelmente laranjas? Isto é um problema de equilíbrio de branco. A sua câmera é  capaz de ajustar-se para compensar diferentes temperaturas de cor – iluminação de  tungstênio têm aquela tonalidade laranja, já a luz do Sol deixa as suas fotos azuladas – e  corrigir a cor da sua imagem de acordo com a iluminação. Virtualmente todas as câmeras  permitem que você ajuste o equilíbrio de branco com configurações já prontas, apesar de ser  melhor você fazê-lo manualmente mesmo.

Tamanho de sensor e fator de corte: algumas câmeras possuem sensores que são  aproximadamente do mesmo tamanho de filme 35mm, com 36×24mm. Estas são chamadas câmeras  full frame. Elas tendem a ser mais caras – como as séries 5D e 1D da Canon, ou as D3 da  Nikon – e seus corpos tendem a ser um pouco maiores. Basicamente equipamento profissional  ou semiprofissional.

Por outro lado, sensores APS-C são o que tem em quase todas as DSLRs básicas. Estes  sensores têm aproximadamente 22×15mm, o que é significativamente menor que o sensor de uma  full frame. E por que isto importa? Sensores maiores proporcionam mais espaço para cada  pixel, o que os torna melhores na captação de luz. (A analogia do balde é útil neste caso.)  No entanto, mais importante para os usuários de APS-C é o fator de corte. Um sensor menor  captará uma seção menor do que vem pela lente, ou seja, uma lente de 200mm em uma DSLR full  frame torna-se uma lente de 300mm em uma câmera APS-C, uma de 50mm torna-se uma de 75mm,  etc. Logicamente, os fabricantes de câmeras fazem lentes específicas para APS-C que são  projetadas para os sensores menores, mas os comprimentos focais relacionados não são  ajustados – eles ainda são valores equivalentes aos de 35mm. Só fique atento porque toda  lente tira fotos diferentes de um tipo de câmera para outro.



É por aqui que a sua câmera enxerga. Basicamente, estas peças são os globos oculares.

Lentes removíveis: existem, em geral, dois tipos de lentes removíveis. As que afastam e  aproximam a imagem, que são chamadas de lentes “zoom”, e as que não se movem. Estas são  chamadas de lentes “primes”. Elas são todas classificadas pelo comprimento focal. Em termos  mais estritos, o comprimento focal se refere à distância necessária para um sistema de  lentes focar na luz. Em termos reais, o comprimento focal é aproximadamente correlacionado  ao comprimento físico da lente e ajuda a indicar quanto uma lente amplia uma imagem. Um  comprimento focal de 18mm em uma DSLR é considerado amplo, já 200mm ou mais seria  considerado uma lente telefoto.

Lentes point-and-shoot e o Fator X: o segundo número mais divulgado do irritante rol de  recursos da sua point-and-shoot é o fator de zoom. Ele será expresso como um número e um  ‘x’ depois: 5x, 10x, etc. Você verá um alcance impresso, algo como 5.0-25mm, que descreve o  comprimento focal da lente. Eis um truque: divida o maior dos comprimentos focais pelo  menor. O resultado deve ser igual ao seu nível ‘x’ de zoom, porque, digamos, ele só indica  isso mesmo: o quociente entre o comprimento máximo da lente e o comprimento mínimo.

Esta indicação é enganosa. Montada na mesma câmera, uma lente que aproxima de 50mm para  100mm seria chamada de lente 2x, enquanto uma lente que aproximasse de 18mm para 54mm seria  chamada de lente 3x, mesmo que, na sua distância máxima, ela não desse zoom tão longe  quanto a lente 50-100mm faz no seu nível mínimo. Leve esta equação em consideração quando  estiver comparando point-and-shoots, mas o mais importante mesmo é testá-la. Você perceberá  a diferença.

Obturador, velocidade de obturador e lag de obturador: o seu obturador é aquela portinha  que se abre entre a sua lente e o seu sensor, permitindo a exposição fotográfica. As faixas  de velocidade de obturador são propagandeadas com a intenção de querer dizer que a câmera  será útil nas duas extremidades: da longa exposição de 10 segundos à tomada ultraveloz de  1/4000 segundo. Tenha em mente, para ambos os valores, que a velocidade do obturador por si  só não garante nada. Se a sua câmera puder tirar fotos a 1/4000 segundo mas tiver uma  abertura pequena e baixo índice ISO, as suas fotos provavelmente ficarão muito escuras.

Lag de obturador é totalmente outra coisa. Sabe quando você usa uma point-and-shoot e tem  aquele retardo frustrante entre o momento que você aperta o botão e quando a foto de fato é  tirada? É isso. Quanto menor o lag do obturador, melhor, apesar de muitos fabricantes de  câmeras nem se importarem em anunciar este valor.

Abertura: este é o buraco pelo qual a luz passa após ter passado por parte da sua lente e  antes de chegar ao seu sensor. Quanto maior a abertura, mais luz entra. Quanto menor a  abertura, menos luz entra. Aberturas maiores permitem que você tire fotos em situações de  baixa luminosidade, mas permitem que você foque em um plano fino – ou o seu fundo ou a  frente da imagem ficará fora de foco. Aberturas menores permitem que você mantenha mais do  cenário em foco, mas permitem que menos luz entre e requerem tempos de exposição maiores.  As aberturas são descritas por f-números – são a razão entre a largura de uma abertura e o  comprimento focal de uma lente. Quanto menor o número, maior a abertura.

Zoom digital vs. óptico: outro algoz do comprador de câmeras é o zoom digital. O óptico é a  ampliação feita pela sua lente – em outras palavras, é o verdadeiro zoom. O zoom digital é  apenas a sua câmera pegando uma imagem com zoom óptico e a ampliando, como você o faz no  Photoshop. É útil apenas para colocar fotos em quadro em às vezes ajuda você a manter o  foco adequado da sua câmera. Fora isso, é apenas uma besteirinha: ignore-o, tire fotos  amplas e corte-as depois.

Estabilização de imagem, ou antitremedeira: a estabilização de imagem está rapidamente se  tornando um recurso padrão até mesmo nas câmeras mais baratas, mas você consegue encontrar  umas point-and-shoots abaixo de 150 dólares sem isso. A ideia da estabilização de imagem é  corrigir os movimentos da sua câmera durante uma exposição, algo que gera tomadas borradas.

Existem dois tipos: a estabilização de imagem digital, que você encontrará em sua maioria  nas point-and-shoots, corrige a imagem por software e pode ser relativamente eficaz, apesar  de os resultdos serem apenas toleráveis, não perfeitos. A estabilização de imagem óptica  fisicamente move parte da sua câmera para compensar a tremedeira. Em algumas câmeras, como  Nikons e Canons, as partes móveis ficam nas lentes. Nas DSLRs da maioria dos demais  fabricantes, é o sensor que de fato se move para estabilizar a imagem. A estabilização de  imagem óptica quase sempre funciona melhor, mas não é mágica – você não conseguirá  fotografar uma exposição de quatro segundos de constante movimentação só porque ela está  ligada, mas você talvez consiga manter as coisas estáveis por meio segundo ou um pouco  mais.


"Modos”, Detecção de Rosto, Detecção de Sorriso: os modos da sua câmera são ferramentas de  assistência, não recursos reais. Eles são geralmente apenas seleções para configurações que  você pode ajustar sozinho, como as opções pré-prontas de equalizador do seu iPod. Elas  podem ser úteis, mas você será um fotógrafo melhor se mexer você mesmo nas suas  configurações.

Novamente, a detecção de rosto e sorriso são como muletas. A detecção de rosto adivinha  quando há um humano na foto para que a câmera possa ajustar exposição, equilíbrio de branco  e foco de forma que o tal humano não saia borrado. A detecção de sorriso é um algoritmo  meio cru que mede as expressões faciais e não tira foto até os objetivos serem julgados  como estando SUFICIENTEMENTE CONTENTES, ou seja, até eles terem bocas vagamente em formato  de crescente. É uma boa maneira de certificar-se de que ninguém arruinará uma foto com uma  careta. Além disso, ajuda a garantir que nenhuma das suas fotos será interessante.

Formatos de imagem: a sua câmera digital não possui filme, mas as suas fotos precisam ir  para algum lugar. Nas câmeras de hoje, as fotos armazenadas digitalmente ficam ou em  arquivos JPEG ou RAW. Arquivos JPEG são compactados, o que significa que eles são  codificados de maneira a não ocuparem muito espaço, mas perdem uma pequena quantidade de  qualidade. É assim que quase sempre as point-and-shoot armazenam as imagens e também  geralmente como as DSLRs armazenam suas imagens por default.

Se os JPEGs são como impressões de fotos (não são, mas acompanhe o raciocínio), então  arquivos RAW são como os negativos digitais (na verdade, um popular formato RAW, o .DNG,  basicamente significa “digital negative”, ou negativo digital). Arquivos RAW contêm quase  exatamente o que o seu sensor registrou, o que significa que você pode alterar valores como  exposição, equilíbrio de branco e coloração depois de tirar a foto, até um certo nível  surpreendentemente alto. Parece até trapaça! Mas tem um ponto negativo: arquivos de imagens  maiores. E, dependendo do tipo de arquivo RAW – diferentes fabricantes de câmeras possuem  diferentes tipos – você pode vir a precisar de um software especial para visualizar e  editar as suas fotos. Tire em RAW sempre que puder e compre uma câmera que permita que você  o faça. Trata-se de um enorme recurso.

Como bônus, a maioria das câmeras que grava em RAW também permite que você grave arquivos  RAW e JPEG simultaneamente, assim você terá um arquivo leve e pronto para imprimir ou  baixar pro computador, além de uma fonte RAW para edição posterior. Precisa de uma tonelada  de espaço, mas poxa, espaço é barato atualmente. Gaste uma graninha em um cartão de memória  um pouquinho maior e viva a sua vida.

Vídeo: a maior parte das novas câmeras, inclusive algumas DSLRs, grava vídeo. Mas só porque  a sua câmera tira instantâneos com 10 megapixels não significa que ela gravará nem  remotamente perto desta resolução algo em movimnto. A resolução padrão para a maioria das  câmeras point-and-shoot é VGA – isto dá apenas 640×480 pixels de vídeo, o que é  suficientemente bom para YouTube – enquanto DSLRs e algumas point-and-shoots melhorzinhas  filmam em 720p ou em 1080p, que já são resoluções HD, traduzindo-se, respectivamente, em  1280×720 pixels e 1920×1080 pixels.


Câmeras point-and-shoot geralmente vêm com uma pequena quantidade de armazenagem onboard.  Tenho certeza absoluta de que isto é para que a sua câmera tecnicamente funciona assim que  você a compra, fazendo com que a inevitável compra de espaço extra de armazenagem pareça  ser apenas uma questão de opção e menos uma questão de taxa obrigatória. De todo modo, com  qualquer câmera você precisará comprar alguma memória, ou espaço de armazenagem.

Ainda existem alguns formatos periféricos de cartão memória perambulando por aí (Sony, você  poderia encarecidamente acabar de vez com a vida miserável do Memory Stick Pro? Valeu!),  mas apenas dois importam.

SD: também visto como SDHC, ou SDXC, estes carinhas são o cartão a se escolher para câmeras  point-and-shoot and ‘bridge’, e também em algumas DSLRs mais recentes. Eles são pequenos,  funcionam bem e existem em praticamente qualquer capacidade que você poderia querer. Quase.  A maioria das câmeras é compatível apenas com o SDHC, um padrão que tem como capacidade  máxima 32GB. Já o SDXC, a próxima evolução do padrão SD, tem um máximo teórico de 2TB. No  entanto, praticamente nenhuma câmera suporta este formato ainda.

Compact Flash: estes cartões são mais volumosos, podem vir a ser mais rápidos e são mais  duráveis, além de comicamente menos propensos a sofrer danos devido a temperatura e  condições climáticas. São estes que você encontrará em DSLRs.

Taxas de velocidade: os cartões de memória vêm em diferentes velocidades. Estas são  anunciadas de inúmeras maneiras diferentes, mas por nenhum motivo aparente. Você verá um  par de números na maioria dos cartões, na sintaxe “133x”. Ignore-os – eles são inflados,  desregulados e, portanto, basicamente sem sentido. O que você deve buscar nos cartões SD é  a sua Classe, de 1-6. Eis a tabela oficial da Associação SD:


Para cartões Compact Flash, a sua melhor opção é procurar por uma taxa de transferência  real no cartão, expressa em MB/s.


Reviews: um único blog de gadgets, por mais que tentemos, não é capaz de cobrir centenas de  câmeras que são lançadas todos os anos. Nós preferimos deixar isso para os obsessivos. Veja  só:
• The Photography Bay http://www.photographybay.com/
• Photography Review http://www.photographyreview.com/
• Photo.net http://photo.net/

Você realmente não deve comprar uma câmera sem consultar estes caras antes. Eles têm o  hábito de se perder em jargões às vezes, mas poxa, se você já leu até aqui, com certeza  você sobrevive a eles.

Tirando fotos: agora que você já tem o seu doce a tiracolo, você deve estar se sentindo  máximo. Sabe o que deixaria ainda mais radiante? Aprender a tirar foto, oras! Alguns dos  nossos mais recentes guias:

• O básico: a sua nova câmera foi retirada da caixa. Já foi mexida. Seu gato já foi  fotografado incontáveis vezes. E agora?
• Quando não usar o flash: a resposta: praticamente sempre.

Como tirar fotos HDR: tirar fotos hiperreais ao combinar múltiplas exposições sem aquilo  que chamamos de “vômito de palhaço”.

• Para dicas em geral, a lista comicamente extensa de guias de fotografia do Photo.net fornece instruções por virtualmente qualquer cenário. Precisa fotografar, digamos, umas  pessoas nuas? Debaixo, hummm….da fortíssima luz do Sol das savanas da Namíbia? Ah, eles te  ajudam nisso também.

E apesar de guias amplos serem úteis, eu aprendi mais sobre fotografia e câmeras com o  Flickr do que com qualquer outra fonte. Junte-se ao grupo do Flickr da sua câmera e passe  um tempinho nos fóruns de mensagens. Você aprenderá truques bacanas para aproveitar o  máximo do seu equipamento, mas ao fazer isso, com o auxílio de uma bondosa comunidade você  aprenderá também bastante coisa sobre fotografia como um todo.

Créditos: http://iphotoeditora.com.br/blogdaiphoto/?p=2009

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